Vamos
falar um pouco sobre o Terrorismo Psicológico, este problema que age de forma
silenciosa e que é a causa de desagregação em diversos ambientes.
Partindo
do pressuposto que todo individuo tem em si estabelecido suas próprias regras,
e que estas regras dizem respeito a como ele se comporta com outros indivíduos
e até mesmo na harmonia, no amor, no ódio, na raiva, no despeito com a
ignorância do outro, e se este mesmo individuo coloca entre si e o outro um
perímetro, no qual estabelece, assim por se dizer, uma faixa soberana, que nada
mais é que o limite estipulado como segurança dos outros indivíduos, permitindo
somente aqueles do seu agrado à entrada dentro deste perímetro.
Partindo
do pressuposto que a sociedade também estabelece suas regras, na quais todos os
indivíduos têm que se respeitar para que viva em um estado regular de harmonia
uns com os outros, e deste fato percebo que as coerções estabelecidas não se
chocam, mas, porém tentam se harmonizarem entre si o máximo possível para que
sejam feitas a convivência do indivíduo e a sociedade.
Percebendo
tudo isto me pergunto, por que o individuo com toda as suas pré estabelecidas
regras e sendo todos iguais em comum aspecto, como ainda assim se deixa ordenar
por outro individuo, a ponto de muitas vezes perder sua própria identidade? Por
que se deixa levar a esta dominação?
Passo
a dizer que o Assédio Moral é a forma encontrada pelo indivíduo que é a vitima,
de se defender contra a opressão e agressões dos atores que retém para si toda
forma de coerção através do poder, um objeto abstrato que transforma o ser
humano; esta anomia que é imposto através do poder sobre o indivíduo que gera o
assédio moral se torna um distúrbio social no ambiente de trabalho, onde é observado
em diversos ambientes profissional, mas que se estala com muito mais precisão
nos ambiente autoritário.
E
notório tal disfunção social, ou seja, o Assédio Moral da chefia com os seus
subordinados vejam bem que este assédio moral por mim relatado aqui, se diz
respeito ao ato de perseguição, de humilhação, desrespeito com outrem, onde o
abuso e legitimado não institucionalmente e sim pelo autoritarismo da chefia,
que transforma este ambiente de trabalho em uma coisa aterrorizante e
impossível de conviveu.
Muitos
funcionários da área da segurança seja ela, pública, urbana ou privada, que na
sua totalidade, sabem o que é o assédio moral e suas percepções são muito
claras em relação ao fato, descrevendo-o como uma forma de humilhação, de
opressão, deterioração, de constrangimento, de coação, e que parte na maioria
das vezes por ocupante de cargo de chefia, seja ele ocupando por superiores
hierárquicos ou até mesmo por pares de mesmo grau de hierarquia, que ocupam
estes cargos.
Bem,
será este indivíduo é coagido a fazer o que o outro determina? Ou será que o
poder que o outro retém é tão grande que aliena o indivíduo a fazer somente o
que seja determinado, por este outro, ou que faça através da coerção, mas se
como vimos todos tem suas próprias soberanias e sendo este indivíduo como um
Estado, soberano, então por que não fazer com que o outro lhe respeite.
Notei
aí certa confusão entre dominante e dominado, só são assim porque um retém o
poder e o outro não, mas também não pude deixar de notar que o poder passa de
dominante para dominado e estes, ao trocarem de papel, agem em estado contrario
ao que era antes, ou seja, o que recebeu o poder se manifesta da mesma maneira
que o outro quando o tinha o referido poder, já o outro passa a exercer o mesmo
papel que o dominado exercia anteriormente, será que este poder é o grande
vilão e é ele quem conduz ao assédio moral? Que os indivíduos quando no poder
não reconhecem o outro como ser humano, e sim como objeto, Aonde se manipulam,
se ameaçam, humilham, será realmente este poder o transformador do indivíduo em
monstro?
Creio
que não, porque o poder não e algo concreto e sim abstrato, não podendo assim
ter uma ação solidificada quanto à causa, mas encontra-se no homem a grande
concepção desta mudança.
Parte
de dentro de cada indivíduo os lideres que são, alguns natos não fazem
necessidade deste expediente para demonstrar que tem o poder, pois não são
centralizadores e sim democráticos quanto às opiniões alheias de outro
indivíduo; já os que não são lideres natos tem que demonstrar através da
coerção quem é que manda e quem tem que obedecer, nem que para isto tenha que
rebaixar o outro indivíduo a um grau de humilhação. Talvez esteja ai a
diferença entre o líder e o chefe, há um abismo entre ambos no tratar com o
indivíduo, no cativar o indivíduo.
É
intrigante observar que o assédio moral parte dos regimes mais autoritários, e
que o homem ainda não esta preparado para assumir o poder, pois a própria
história já tratou de deixar registrado isto em alguns eventos acontecido no
passado.
O
que posso concluir é que o indivíduo e dotado de carências, ora falta de
carinho, ora falta de atenção, ora querendo ser estrela, mas não entende que
outros indivíduos têm as mesmas mazelas, e que cada um, de alguma forma tenta
se sobressair perante o outro. Sendo assim e notório detectar nos indivíduos
autoritários a necessidade de ter tudo ao seu controle, pois para estes
indivíduos se estabelecerem como “indivíduos dentro da sociedade” têm que
demonstrar que são fortes, e que todos se encurvem para ele, tendo isto como
“ato de poder”, este poder se faz necessário para sua sobrevivência naquela
sociedade ali estabelecida.
Este
indivíduo não entende que tal necessidade é coletiva, que o outro também a
sinta, é ao deparar com esta realidade cria-se um estado de competição com o
outro a fim de demonstrar que ele é o único que tem tais direitos e
necessidades, usando de diversos artifícios para se manter no controle desta
situação, este egoísmo faz com que se torne egocêntrico dificultando ainda mais
a relação interpessoal, fazendo assim a inexistência de uma sociedade mais
dinâmica e voltada para uma integração mais continua entre as pessoas, daí
nascendo à necessidade de desmoralizar o outro para obter um resultado positivo
para si, o que observo também e que o indivíduo se deixa corromper por este
egoísmo, segando-o e levando ao prisma de que ele realmente e onipotente, se
tornando assim uma anomia para com a sociedade, estabelecendo novos regras a
qual o único beneficiário é a si mesmo, e através destas regras abusar de seu
poder por não percebendo que tais regras venham a causar rupturas na relação
interpessoal e no bem estar da estrutura social estabelecida.
O
que posso concluir com tudo isto, é que somente uma liberdade
republicana-democrática pode levar os atores a se respeitarem mutuamente,
tornando assim uma hierarquia mais sólida, desde que, tenham uma ótica
verdadeira não só do profissional como também do ser humana, e que esta ótica,
seja levada além das diferenças de cada um, das dificuldades que cada indivíduo
tenha extra trabalho, pois além da vida profissional cada indivíduo também tem
sua vida familiar, para cada ambiente uma socialização diferenciada entendo
que, se entendermos a nos mesmos em nosso dia-a-dia e os nossos problemas respeitando
o outro como gostaríamos de ser respeitado, sendo esta forma de respeito para
todos, não quebrando a hierarquia, por que sem esta hierarquia não há regras, e
sem estas regras não teríamos uma ordem estabelecida quanto ao que seguirmos,
desta feita teríamos uma sociedade trabalhista melhor, também e necessário que
cada um saiba de seu papel dentro deste cenário e desenvolva nele um ambiente
de trabalho mais saudável.
Mas
a questão ainda e complexa e surgirão ainda muitas interpretações sobre o assunto,
espero que todos venham ao encontro de uma sociedade mais humana, que dêem
predicados mais dignos ao indivíduo, que seja desconstruindo o egoísmo
involuntário de cada indivíduo, pois isto deveria ser abordado de uma maneira
mais ampla, num estudo mais apurado deste male que perturba o indivíduo, e na
posteriori podermos com certeza chegar a um denominador comum, o que eu quero
aqui deixar claro e que a uma carga muito grande emocionalmente e de
responsabilidade sobre o indivíduo, e muito desta carga vêem do vestígio do
passado que não foram tratados devidamente, e que de vez ou outra reaparecem,
como um aviso de que o limite esta sendo ultrapassado, tornando-se uma epidemia
e assim quebrando as regras que foram formalizadas para aquela sociedade, e que
por sua fez vindo a tornar uma anomia para esta sociedade, no caso aqui
especifico dentro do ambiente de trabalho, tendo como objeto desta anomia o
abuso da chefia, que resulta no, Terrorismo psicológico, ou como conhecemos
Assédio Moral, aqui eu comecei o dialogo.